Brucelose Febre de Malta: sintomas, transmissão e prevenção

Entenda o que é a brucelose, também conhecida como febre de Malta, como ocorre a transmissão, quais são seus principais sintomas, formas de diagnóstico, tratamento e medidas eficazes de prevenção da doença.
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A brucelose febre de Malta é uma doença infecciosa que ainda representa um desafio para a saúde pública, afetando tanto humanos quanto animais. Apesar de menos conhecida pela população geral, sua importância é enorme, especialmente entre trabalhadores rurais e profissionais que lidam diretamente com o gado.

Transmitida principalmente pelo contato com animais infectados ou pela ingestão de produtos de origem animal contaminados, a brucelose é causada por bactérias do gênero Brucella. Essas bactérias podem sobreviver por longos períodos em condições favoráveis, o que torna o controle da doença uma tarefa complexa e que exige vigilância constante.

Conhecida também como febre de Malta, essa infecção recebeu esse nome por ter sido identificada inicialmente na região do Mediterrâneo. Desde então, se espalhou por diversas partes do mundo e permanece como uma zoonose (doença transmitida de animais para humanos) relevante no contexto da agropecuária brasileira.

O impacto da brucelose vai muito além dos sintomas clínicos: ela pode causar prejuízos econômicos significativos ao afetar a produção de leite, carne e a fertilidade dos animais. Além disso, seus efeitos na saúde humana são debilitantes, com febre recorrente, fadiga intensa e dores musculares que podem durar meses.

Este artigo aprofunda o entendimento sobre a brucelose febre de Malta, explicando como ocorre a infecção, os principais sintomas, formas de diagnóstico e tratamento, além de medidas práticas de prevenção. Compreender esses aspectos é essencial para reduzir o risco da doença e proteger tanto a saúde humana quanto a animal.

O que é a brucelose e como ocorre a infecção

A brucelose, também chamada de febre de Malta, é uma infecção bacteriana zoonótica causada por bactérias do gênero Brucella. As principais espécies que afetam humanos são B. melitensis, B. abortus e B. suis. O nome “febre de Malta” vem de surtos históricos na ilha de Malta no século XIX.

A infecção ocorre quando a bactéria entra por contato com fluidos animais infectados, leite cru ou feridas na pele, e chega à corrente sanguínea. No organismo, Brucella invade células do sistema imune e persiste dentro de macrófagos, o que explica a febre intermitente e a cronicidade possível.

Trata‑se de zoonose: animais reservatórios mantêm a bactéria e transmitem ao humano. Profissionais com maior risco incluem veterinários, vaqueiros, trabalhadores de frigoríficos e pessoas que lidam com rebanhos ou produtos não pasteurizados.

  • B. melitensis — caprinos/ovinos; alto risco humano.
  • B. abortus — bovinos; risco moderado.
  • B. suis — suínos; risco variável.

Entender essas espécies ajuda a prevenir exposições. A vigilância em animais e o consumo de leite pasteurizado reduzem muito o perigo da brucelose febre malta.

Medidas simples como uso de luvas, higiene ao manipular animais e vacinação animal são essenciais para reduzir infecção humana. E testes regulares são necessários.

Sintomas da brucelose em humanos e em animais

A brucelose febre de Malta manifesta-se de modo variável tanto em humanos quanto em animais. Os sinais iniciais são muitas vezes inespecíficos, o que faz a doença ser confundida com gripes, tuberculose ou artrites infecciosas. A febre intermitente e as dores articulares são traços comuns e enganam facilmente o diagnóstico.

  • Sintomas mais comuns: febre que sobe e baixa, sudorese noturna, fadiga intensa, perda de peso, calafrios.
  • Outros sinais clínicos: dor articular e lombar, cefaleia, tosse leve, hepatomegalia e esplenomegalia em alguns casos.

Em animais de produção, a apresentação costuma incluir aborto, retenção de placenta, infertilidade e redução na produção de leite. Em humanos, a evolução pode afetar focos específicos: osteomielite, artrite, espondilite e, menos frequentemente, endocardite ou neurobrucelose.

Quando a infecção vira crônica, aparecem complicações sérias: dor articular persistente, lesões ósseas irreversíveis, abscessos hepáticos ou esplênicos, sequelas neurológicas e risco aumentado de mortalidade em casos de endocardite. Por isso, o diagnóstico precoce é crucial.

Questione: febre que não passa e dores que voltam? Procure avaliação. Identificar cedo reduz risco de cronicidade e evita perdas em rebanhos e danos duradouros em pessoas.

Diagnóstico e tratamento da brucelose febre de Malta

Diagnóstico e tratamento da brucelose febre de Malta

O diagnóstico da brucelose febre de Malta depende de confirmação laboratorial; os sinais clínicos isolados nem sempre bastam. A identificação correta reduz risco de tratamento inadequado e evolução para formas crônicas.

  • Exames de sangue: hemograma e inflamação (PCR, VHS) ajudam, mas não confirmam.
  • Cultura bacteriana: é o padrão-ouro — detecta Brucella em sangue ou tecidos, porém é lenta e exige laboratório qualificado.
  • Testes sorológicos: Rosa de Bengala serve como triagem; ELISA quantifica anticorpos (IgM/IgG) e ajuda a distinguir fase aguda de exposição antiga.
  • PCR (molecular): detecta DNA bacteriano e é útil em casos atípicos ou quando cultura é negativa.

Interpretação: um teste de triagem positivo exige confirmação (ELISA ou cultura). Rosa de Bengala positivo com ELISA IgM elevado sugere infecção recente; IgG alto pode refletir infecção crônica ou passada. Cultura positiva confirma diagnóstico e orienta investigação epidemiológica.

O tratamento é feito com combinação de antibióticos para reduzir recidiva. O esquema mais usado inclui doxiciclina associada à rifampicina por, em média, seis semanas. Em infecções complicadas ou osteoarticulares, a duração pode ser estendida e outros antibióticos podem ser adicionados conforme avaliação médica.

O acompanhamento clínico e laboratorial é indispensável. Sem tratamento adequado há risco de cronicidade, recaídas e sequelas. Gestantes e casos especiais precisam de regimes alternativos e supervisão por especialista.

Prevenção e controle da brucelose no Brasil

Medidas de prevenção e controle da brucelose febre malta combinam ações no campo e na cidade. Vacinação de rebanhos, testes periódicos e controle de movimentação animal reduzem a circulação do agente; a vacinação bovina e caprina é central em programas estaduais e municipais.

Monitoramento sanitário exige vigilância laboratorial, cadastro de propriedades e planos de controle. Fiscalização de leite, queijos e carnes evita que produtos contaminados cheguem ao consumidor. Boas práticas na indústria e rotulagem correta são essenciais.

Atenção ao uso de equipamentos de proteção:

  • Luvas e avental impermeável ao manipular animais ou carnes;
  • Máscara e proteção ocular ao lidar com materiais infectantes;
  • Higiene das mãos e desinfecção de superfícies;
  • Vacinação ocupacional quando disponível e orientada por autoridade de saúde.

Lista prática para trabalhadores e consumidores

  • Consumir apenas leite pasteurizado;
  • Evitar contato com fetos, placentas e fluidos de animais doentes;
  • Relatar abortos animais às autoridades;
  • Usar EPI e buscar vacinação animal regular.

A convivência com risco traz desgaste emocional e impacto ocupacional. Profissionais de saúde e campo beneficiam-se de práticas integradas: educação em saúde, suporte psicológico e hipnose científica como ferramenta para reduzir ansiedade e melhorar sono e foco. Sempre de forma ética, combinada com intervenções baseadas em evidências. Também é vital treinamento contínuo da equipe.

Conclusão

A compreensão sobre a brucelose febre de Malta é essencial para a segurança de todos que lidam, direta ou indiretamente, com a produção animal. A doença, apesar de silenciosa, gera impactos profundos em diferentes níveis – da saúde pública à economia rural. Saber identificá-la precocemente e aplicar medidas de controle são passos fundamentais para evitar que surtos afetem populações inteiras e comprometam a qualidade de vida das pessoas e dos animais.

Com o avanço dos recursos laboratoriais e a ampliação das campanhas de vacinação animal, é possível reduzir significativamente a incidência da brucelose. No entanto, o fator humano continua sendo determinante: cuidados básicos, higiene alimentar e o uso de equipamentos adequados ainda são as formas mais eficazes de prevenção.

Além dos desafios físicos, o combate à brucelose pode gerar estresse emocional entre profissionais e comunidades rurais. O medo de contaminação, a sobrecarga de trabalho e a necessidade constante de vigilância sanitária podem afetar o bem-estar mental. Nesse contexto, abordagens integrativas como a hipnose científica podem oferecer suporte, ajudando no manejo da ansiedade e na promoção da saúde emocional.

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Perguntas Frequentes

Como a brucelose (febre de Malta) é transmitida entre animais e humanos no dia a dia rural?

A transmissão da brucelose, também chamada de febre de Malta, ocorre por contato direto com animais infectados, manipulação de fetos, placentas e fluidos, ou pela ingestão de leite cru e derivados não pasteurizados. Em ambientes rurais, trabalhadores expostos a rebanhos, veterinários e pessoas em contato com materiais contaminados têm maior risco. A bactéria do gênero Brucella pode entrar por feridas na pele ou pelas mucosas. Evitar leite cru e usar equipamento de proteção reduz muito o risco de infecção.

Quais são os sinais e sintomas da brucelose febre de Malta em humanos e animais?

Na brucelose humana os sintomas são muitas vezes inespecíficos: febre intermitente, sudorese noturna, fadiga forte, perda de peso e dores articulares. Em formas mais graves pode haver osteomielite, artrite e, raramente, endocardite ou neurobrucelose. Em animais de produção, sinais comuns incluem aborto, retenção de placenta, infertilidade e queda na produção de leite. Reconhecer esses sinais em rebanhos facilita a investigação e evita exposição humana.

Quais exames confirmam a brucelose febre de Malta e como interpretar os resultados?

O diagnóstico da brucelose envolve exames sorológicos (Rosa de Bengala para triagem e ELISA para quantificar anticorpos), cultura bacteriana (padrão-ouro) e PCR molecular em casos específicos. Rosa de Bengala positivo exige confirmação por ELISA ou cultura. IgM elevado sugere infecção recente; IgG alta pode indicar infecção antiga ou crônica. A cultura confirma e orienta investigação epidemiológica. Procure serviço de saúde para interpretar resultados corretamente e iniciar tratamento quando indicado.

Qual é o tratamento recomendado para a brucelose febre de Malta e quanto tempo dura a terapia?

O tratamento costuma combinar antibióticos para reduzir recidivas; o regime mais usado em adultos é doxiciclina associada à rifampicina por cerca de seis semanas. Em casos complicados, como envolvimento osteoarticular, a duração é maior e outras drogas podem ser adicionadas conforme avaliação médica. Gestantes e crianças exigem esquemas alternativos. O acompanhamento clínico e laboratorial é essencial para prevenir cronicidade, recaídas e complicações graves.

Quais medidas práticas protegem trabalhadores e consumidores contra a brucelose febre de Malta?

Para prevenir brucelose use equipamento de proteção ao manipular animais, fetos ou fluidos; lave mãos e roupas de trabalho; descarte corretamente placentas e animais abortados; e não consuma leite cru ou produtos não pasteurizados. Profissionais devem relatar abortos no rebanho às autoridades sanitárias e seguir programas de vacinação animal. Essas ações reduzem circulação de Brucella e protegem trabalhadores, consumidores e comunidades rurais.

Como a vacinação animal e políticas públicas ajudam a controlar a brucelose no Brasil?

Programas de vacinação, testes periódicos de rebanho, controle de movimentação animal e fiscalização de produtos são pilares do controle da brucelose no Brasil. A vacinação bovina e caprina diminui a circulação de Brucella e reduz risco para humanos. Medidas integradas entre saúde animal e pública, vigilância laboratorial e registro de propriedades fortalecem o controle. Denúncia de abortos e adesão a campanhas estaduais aumentam eficácia das ações sanitárias.

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Erick Ribeiro

Psicólogo graduado pela PUC Minas e co-fundador da Sociedade Brasileira de Hipnose. Com ampla experiência em hipnose clínica, ele também atua no campo do marketing digital, ajudando a popularizar a hipnose na internet. Seu trabalho é focado em capacitar hipnoterapeutas, oferecendo-lhes ferramentas para aprimorar suas práticas e alcançar mais pessoas.

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