OMS e Adoçantes: O que Significa a Nova Recomendação para Peso?

Entenda a fundo a nova diretriz da OMS sobre adoçantes e descubra como a mente influencia o controle de peso e a saúde de forma duradoura.
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Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova diretriz que gerou amplo debate: a recomendação de não utilizar adoçantes sem açúcar para o controle de peso. Essa notícia pode parecer contraintuitiva para muitos que, por anos, viram esses produtos como aliados na busca por um estilo de vida mais saudável e na redução da ingestão calórica.

Afinal, se um produto não contém açúcar nem calorias, como ele poderia não ser benéfico para o emagrecimento? Essa é a pergunta que ecoa na mente de consumidores e até mesmo de alguns profissionais da saúde. A decisão da OMS não foi arbitrária; ela se baseia em uma revisão sistemática de evidências científicas que apontam para uma realidade mais complexa do que a simples matemática das calorias.

O problema, como vamos explorar, não está apenas no que esses substitutos do açúcar fazem, mas também no que eles não fazem. Eles não resolvem a questão central por trás do ganho de peso e da dificuldade de mantê-lo: a nossa relação com a comida, os nossos hábitos e, principalmente, os gatilhos emocionais que nos levam a comer.

O que a OMS não recomenda o uso de adoçantes para controle de peso significa, na prática, é um convite para olharmos além das soluções fáceis e superficiais. Significa entender que a saúde duradoura e o controle de peso sustentável envolvem uma mudança mais profunda, que abrange nossos comportamentos automáticos e a forma como nossa mente interpreta os sinais de fome, saciedade e desejo.

Neste artigo, vamos desvendar os detalhes por trás dessa diretriz da OMS, explorar as razões científicas que a fundamentam e, mais importante, conectar essa discussão a uma abordagem mais integrada e eficaz para a saúde: o papel da mente e como a hipnose científica pode ser uma ferramenta poderosa para transformar de verdade os hábitos alimentares e a gestão do estresse e da ansiedade, fatores cruciais nesta equação.

Desvendando a Diretriz da OMS sobre Adoçantes

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma nova diretriz importante que recomenda que adoçantes não nutritivos (NSS) não sejam utilizados para controle de peso em indivíduos sem diabetes pré-existente. A diretiva enfatiza que essa orientação se aplica a todas as pessoas, independentemente de seu estado de saúde atual. A razão por trás dessa recomendação é clara: não há evidências suficientes que sustetem os benefícios a longo prazo do uso de adoçantes para redução de gordura corporal. Além disso, há preocupações crescentes sobre os riscos associados ao consumo prolongado de adoçantes, como o aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Esses achados levam à consideração de que, em vez de ajudar, os adoçantes podem potencialmente desencadear resultados adversos à saúde. Entre os adoçantes citados na diretriz estão:

  • Aspartame
  • Sacarina
  • Sucralose
  • Estévia

A força da recomendação da OMS está também na crescente compreensão de que a saúde e o controle de peso vão além de simples estratégias alimentares. A diretriz reflete a necessidade de abordagens mais holísticas e saudáveis para o gerenciamento do peso e do bem-estar. Assim, os profissionais de saúde são incentivados a cultivar discussões mais profundas sobre hábitos alimentares, comportamentos e saúde em geral, sem depender exclusivamente de adoçantes como uma solução prática.

Além das Calorias: O Impacto no Corpo e na Mente

Os adoçantes têm um apelo irresistível para muitos que buscam controlar o peso, mas sua influência vai além da simples contagem de calorias. A nova recomendação da OMS destaca que o uso de adoçantes não é a solução eficaz para essa questão. Isso nos leva a refletir sobre como o consumo de produtos intensamente doces, mesmo sem açúcar, pode alterar a nossa percepção do sabor. À medida que nos acostumamos a esses sabores artificiais, podemos perder a capacidade de apreciar a doçura natural presente em alimentos como frutas.

Esse fenômeno se relaciona ao que se pode chamar de ‘engano’ cerebral. O cérebro, ao detectar doçura, espera um aporte energético que não se concretiza, o que pode resultar numa busca compulsória por outras fontes de calorias. Assim, trocamos o açúcar por adoçantes, mas o desejo de satisfação não desaparece. Em vez disso, pode-se acabar recorrendo a lanches altamente calóricos ou açucarados, perpetuando o ciclo de insatisfação.

Além disso, o consumo excessivo de adoçantes pode afetar nossa microbiota intestinal, o que repercute em diversos processos metabólicos e no bem-estar geral. Essa interação complexa entre dieta e microbiota destaca que a relação com o doce não é meramente fisiológica, mas também profundamente psicológica.

Essa complexidade nos leva a uma questão essencial: como podemos cultivar uma relação mais saudável com os alimentos doces? Essa discussão só se aprofunda à medida que exploramos os padrões comportamentais que permeiam a busca por experiências de sabor e satisfação ao longo dos próximos capítulos.

Comportamentos Automáticos e a Busca por Doce

Comportamentos Automáticos e a Busca por Doce

Na busca incessante por alimentos doces, muitas vezes nos deparamos com comportamentos automáticos que não são decisões conscientes, mas sim respostas condicionadas a diversos gatilhos emocionais. Estresse, ansiedade e até mesmo o tédio podem levar uma pessoa a procurar doces ou alimentos ultraprocessados. Esses momentos de fraqueza não são apenas falhas de caráter; são respostas alimentadas por padrões inconscientes que se desenvolveram ao longo do tempo.

A Sociedade Brasileira de Hipnose (SBH) enfatiza que a hipnose pode ser uma ferramenta poderosa para auxiliar na reestruturação desses padrões automáticos. Em vez de focar em noções de “inconsciente”, a SBH propõe a compreensão de “pensamentos e comportamentos automáticos”. Isso nos ajuda a reconhecer que a busca por doces muitas vezes ocorre sem a nossa real intenção. Por exemplo, ao vermos uma propaganda de um produto açucarado, nossa mente pode instantaneamente ativar um desejo por doce, como uma resposta automática.

Este ciclo de resposta automática se perpetua, especialmente quando tentamos substituir o açúcar por adoçantes na sua forma natural. Embora a intenção seja encontrar uma alternativa mais saudável, a troca apenas modifica o “instrumento” da nossa busca por conforto. O desejo por doces não desaparece. Portanto, a substituição falha em abordar a raiz da questão: esses comportamentos automáticos permanecem inalterados.

É aí que entra a relevância da hipnose científica: ela pode ajudar a modificar essas respostas automáticas, permitindo que as pessoas desenvolvam novas formas de lidar com estresse e ansiedade, sem recorrer ao conforto alimentar. A hipnose, ao promover uma atenção concentrada e uma maior capacidade de resposta à sugestão, pode ser essencial para aqueles que buscam um relacionamento mais saudável com a comida e, consequentemente, com a própria saúde.

Hipnose Científica na Gestão de Peso e Hábitos

A hipnose científica emerge como uma solução promissora dentro da gestão de peso e hábitos alimentares, especialmente em um contexto onde a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso de adoçantes para controle de peso. Este método se baseia em um estado de atenção concentrada, que amplifica a capacidade de resposta à sugestão. Quando aplicada corretamente, a hipnose pode facilitar a alteração de percepções e comportamentos automáticos que envolvem a alimentação.

Uma das ideias centrais na prática da hipnose é que muitos dos fatores que levam ao consumo excessivo de alimentos estão enraizados em gatilhos emocionais. Muitas vezes, as pessoas recorrem à comida para lidar com estresse, ansiedade ou tédio, em vez de fazer escolhas conscientes. A hipnose, por sua vez, pode ajudar os indivíduos a identificar e trabalhar esses gatilhos. Ao ser combinada com a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é possível desenvolver novas respostas aos estressores, permitindo que a pessoa encontre fontes de conforto que não envolvem a alimentação.

É crucial ressaltar que a prática ética e fundamentada em ciência é um pilar fundamental da hipnose científica. Apenas profissionais de saúde certificados devem realizar essa prática, garantindo que os métodos utilizados sejam seguros e eficazes. Essa abordagem destoa de promessas milagrosas frequentemente associadas a formas alternativas de tratamento. Na realidade, a hipnose atua como um potencializador de tratamentos de saúde, ajudando indivíduos a reinterpretar sua relação com a comida e consigo mesmos.

Ao focar nos pensamentos e comportamentos automáticos, a hipnose oferece uma oportunidade de transformação real. Em vez de substituir um adoçante pelo açúcar, a proposta é alterar a forma como a pessoa responde a situações que normalmente a levariam a buscar conforto em alimentos doces. Desse modo, a hipnose científica não só contribui para o controle de peso, mas também para o desenvolvimento de um relacionamento mais saudável com a alimentação.

Conclusão

A diretriz da OMS que desaconselha o uso de adoçantes para controle de peso é um marco importante. Ela nos força a repensar estratégias simplistas e a encarar a complexidade do comportamento humano. A mensagem central é clara: não existem atalhos mágicos para uma saúde sustentável. A simples substituição de um ingrediente por outro, sem abordar as causas fundamentais dos nossos hábitos, se mostra ineficaz a longo prazo.

A verdadeira transformação na relação com a comida e o peso não está em um frasco de adoçante, mas na mente. Os comportamentos alimentares são profundamente influenciados por nossas emoções, níveis de estresse e padrões de pensamento automáticos. O estresse crônico e a ansiedade são, frequentemente, os verdadeiros vilões que sabotam qualquer dieta, impulsionando a busca por conforto em alimentos calóricos ou no sabor doce.

É exatamente neste ponto que a hipnose científica, quando praticada com ética e responsabilidade por profissionais de saúde, demonstra seu valor. Ela não se propõe a ‘reprogramar a mente’ com promessas vazias, mas a criar um estado de consciência focado que permite ao indivíduo, com auxílio terapêutico, reinterpretar seus gatilhos e construir novas respostas. Trata-se de uma ferramenta que potencializa tratamentos baseados em evidências, ajudando a gerenciar o estresse e a ansiedade que deterioram a saúde.

Portanto, ao invés de buscar a próxima solução rápida, o convite é para investir no autoconhecimento e em ferramentas que promovam uma mudança real e duradoura. Para os profissionais que desejam guiar pessoas nesse processo, dominar técnicas que acessam e modulam os processos atencionais e comportamentais é um diferencial imenso.

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Perguntas Frequentes

Por que a OMS não recomenda o uso de adoçantes para controle de peso?

A OMS não recomenda adoçantes sem açúcar para controle de peso devido à falta de evidências que comprovem benefícios a longo prazo. A diretriz indica que esses produtos podem não ajudar na redução de gordura corporal e podem até aumentar riscos como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, levando a uma discussão mais profunda sobre hábitos e comportamentos alimentares.

Como o uso de adoçantes pode afetar nossa percepção de sabor?

O consumo de adoçantes pode alterar nossa percepção de sabor, fazendo com que a doçura natural dos alimentos seja menos apreciada. Ao substituir açúcares por adoçantes, o cérebro espera energia que não chega, resultando em desejos por alimentos calóricos, perpetuando um ciclo de insatisfação e busca de conforto em comidas não saudáveis.

A hipnose científica é efetiva para melhorar hábitos alimentares?

Sim, a hipnose científica pode ser uma ferramenta eficaz na reestruturação de hábitos alimentares. Ela ajuda as pessoas a identificar e modificar gatilhos emocionais que levam ao consumo excessivo. Combinada com Terapia Cognitivo-Comportamental, promove novas respostas a estressores, permitindo mudanças significativas na relação com a comida e na gestão de estresse.

Quais são os riscos associados ao consumo de adoçantes de forma prolongada?

O consumo prolongado de adoçantes tem sido associado a riscos adicionais, como o aumento do risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Além disso, esses produtos podem impactar negativamente a microbiota intestinal, afetando processos metabólicos e a saúde geral, levando à necessidade de uma discussão mais holística sobre o tema.

Como a hipnose científica pode ajudar com questões emocionais ligadas à comida?

A hipnose científica aborda padrões automáticos de comportamento que surgem em resposta a emoções como estresse e ansiedade. Essa prática permite que as pessoas reinterpretem seus gatilhos emocionais, desenvolvendo estratégias saudáveis que não envolvem o consumo de alimentos. Ela é uma alternativa viável para quem busca um relacionamento mais equilibrado com a comida.

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Erick Ribeiro

Psicólogo graduado pela PUC Minas e co-fundador da Sociedade Brasileira de Hipnose. Com ampla experiência em hipnose clínica, ele também atua no campo do marketing digital, ajudando a popularizar a hipnose na internet. Seu trabalho é focado em capacitar hipnoterapeutas, oferecendo-lhes ferramentas para aprimorar suas práticas e alcançar mais pessoas.

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