Síndrome do impostor: Como a Hipnose pode ajudar?

Síndrome do impostor: Como a Hipnose pode ajudar?

Segundo a Faculdade de Medicina da UFMG, a OMS não considera a síndrome do impostor como um problema de saúde mental. Apesar de existirem artigos que usam essa nomenclatura, o certo seria dizer que é pensamento ou sentimento do impostor. Atualmente, esse problema está ganhando cada vez mais destaque nos estudos da área da psicologia. […]
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Segundo a Faculdade de Medicina da UFMG, a OMS não considera a síndrome do impostor como um problema de saúde mental. Apesar de existirem artigos que usam essa nomenclatura, o certo seria dizer que é pensamento ou sentimento do impostor. Atualmente, esse problema está ganhando cada vez mais destaque nos estudos da área da psicologia. O pensamento do impostor está relacionado a pessoas que conseguiram algum sucesso em seus projetos, carreiras ou até o reconhecimento, mas elas não se sentem merecedoras desse sucesso.

Pensamentos como, “eu apenas tive sorte” ou “eu sou uma fraude”, acometem pessoas com esse transtorno que possuem dificuldade de reconhecer suas qualidades. Isso faz com que elas fiquem se autossabotando com processos destrutivos dos seus relacionamentos e das suas carreiras.

Por isso, escrevemos esse artigo para mostrar para você com mais profundidade o que é essa “síndrome”, as consequências dela na vida das pessoas e como a hipnose pode ajudar. Então, confira a seguir!

O que é a “síndrome” do impostor?

Segundo a Medical News Today,  pessoas que possuem a “síndrome”, duvidam constantemente de suas conquistas e habilidades, com medo de que elas sejam uma fraude. No caso, o paciente com essa  “síndrome” nutre pensamentos negativos com depreciação do seu valor, se compara continuamente com as outras pessoas e cria uma dependência constante da valorização pública. 

Essa dependência acontece porque é a forma que o paciente encontra de ter alguma garantia de suas qualidades. Isso acaba gerando sintomas no paciente como o medo de ser descoberto como uma fraude e a dificuldade de internalizar seu sucesso. Mas, mesmo sendo reconhecido pelas pessoas, ele apenas atribui seu sucesso aos fatores externos.

Os tipos de “síndrome” do impostor

Esse problema pode aparecer de diversas formas diferentes. As mais comuns nós separamos logo abaixo:

  • O perfeccionista: Os perfeccionistas nunca estão satisfeitos e sempre acham que seu trabalho poderia ser melhor. Em vez de focar em seus pontos fortes, eles tendem a se fixar em quaisquer falhas ou erros. Isso geralmente leva a uma grande pressão sobre si mesmos e a muitos níveis de ansiedade;
  • O super-herói: Como esses indivíduos se sentem inadequados, eles se sentem compelidos a trabalhar o máximo possível;
  • O especialista: Essas pessoas estão sempre tentando aprender mais e nunca estão satisfeitas com seu nível de compreensão. Embora sejam, frequentemente, altamente qualificados, eles subestimam sua própria experiência;
  • O gênio natural: esses indivíduos estabelecem metas excessivamente elevadas para si mesmos e, então, se sentem esmagados quando não conseguem na primeira tentativa;
  • O solista: Essas pessoas tendem a ser muito individualistas e preferem trabalhar sozinhas. A auto-estima muitas vezes decorre de sua produtividade, por isso muitas vezes rejeitam ofertas de assistência. Eles tendem a ver o pedir ajuda como um sinal de fraqueza ou incompetência.
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As causas da “síndrome” do impostor

As causas desse problema ainda não são exatas, mas o que pode ser reconhecido em estudos é que podem atingir mais as mulheres do que os homens. Segundo o estudo da Georgia State University, as mulheres que possuem um potencial em serem brilhantes, possuem algum membro em suas famílias que é considerado o mais inteligente. Por causa disso, há comparações dentro da família que podem convencer a mulher de que ela não é tão capaz de atingir níveis brilhantes de inteligência.

Mesmo que ela obtenha notas melhores e se sobressaia em seus estudos, com reconhecimentos acadêmicos e de professores, o impacto da falta de reconhecimento da família pode ser maior do que o reconhecimento de outras pessoas. Isso pode fazer com que em alguns momentos ela possa questionar sua inteligência e sua credibilidade conquistada pelo seu esforço.

Em uma notícia da BBC, Michelle Obama cita alguns relatos de sua vida que mostram como ter estigmas de raça, gênero e capacidade, podem provocar esse pensamento negativo nas pessoas. Veja abaixo:

“Entrar em uma faculdade de elite, quando o seu orientador vocacional no colégio disse que você não era boa o suficiente, quando a sociedade vê crianças negras ou de comunidades rurais como ‘não pertencentes’… Eu, e muitas outras crianças como eu, entramos ali carregando um estigma”, disse a ex-primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama em visita recente ao Reino Unido.

“Hoje em dia, crianças mais jovens chamam isso de Síndrome de Impostor. Sentem que não cabem ali, não pertencem. Eu tive de trabalhar duro para superar aquela pergunta que (ainda) faço a mim mesma: ‘eu sou boa o suficiente?’. É uma pergunta que me persegue por grande parte da minha vida. Estou à altura disso tudo? Estou à altura de ser a primeira-dama dos Estados Unidos?”

Já um estudo na PMC, mostra uma predominância de casos de burnout e “síndrome” do impostor em estudantes homens de medicina. Ou seja, ainda é difícil definir se essa síndrome tem se manifestado por questões demográficas específicas como gênero. 

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Com esses relatos, já podemos ter uma ideia das consequências dessa síndrome na vida dos pacientes, mas vamos explorar mais a fundo isso a seguir.

Quais são as consequências da “síndrome” do impostor?

Como a “síndrome” não permite o paciente ter uma consciência sobre suas capacidades e apenas enxergar limitações, ele pode enfrentar dificuldades em ter ambições e buscar projetos mais desafiadores para sua vida. Mesmo que alcance uma carreira acadêmica ou profissional louvável, um relacionamento amoroso estável e o reconhecimento das pessoas, a pessoa ainda pode estar infeliz, por acreditar que não merece nenhuma dessas coisas.

É por isso que a autossabotagem é comum em pessoas com a “síndrome”, que acabam finalizando seus relacionamentos amorosos por acharem que não são boas o suficiente para seus parceiros, ou apostando em uma carreira mais simples, mas que não condiz com o seu verdadeiro potencial. 

Além disso, a pessoa pode sofrer com a ansiedade e o medo gerado na possibilidade de falhar. A falha levaria a pessoa a ser “descoberta” como alguém que apenas estava sendo supervalorizado, e isso pode levar o paciente a não conseguir se desprender do trabalho, com medo de ter feito algo errado.

Agora, como o paciente pode ter auxílio para conseguir combater essa “síndrome” e começar a reconhecer seu valor? Confira a seguir!

Como a hipnose pode ajudar?

Segundo a American Psychological Association (APA), com pequenas considerações da Sociedade Brasileira de Hipnose (SBH), a hipnose pode ser definida como um estado de consciência [induzido intencionalmente] que envolve atenção concentrada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão. Nesse estado, o sujeito é conduzido a experimentar mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou comportamento [orientado a um objetivo].

Com a hipnose, o sujeito fica mais aberto a novos aprendizados, por diminuir a ansiedade do paciente e aumentar seu relaxamento. Também é mais fácil para o paciente quando está em transe, conseguir acessar e entender os gatilhos que o fazem se sentir como um impostor. Assim, o paciente fica mais disposto a refletir sobre os pensamentos que está tendo sobre suas capacidades e passa a aceitar melhor os apontamentos do terapeuta.

Separamos alguns apontamentos que o terapeuta pode utilizar, segundo a verywell mind, para conseguir ajudar seu paciente. Veja abaixo:

  • Compartilhe seus sentimentos. Converse com outras pessoas sobre como você está se sentindo. Essas crenças irracionais tendem a apodrecer quando estão escondidas e não são comentadas;
  • Concentre-se nos outros. Embora isso possa parecer contra-intuitivo, tente ajudar outras pessoas na mesma situação que você. Se você vir alguém que parece estranho ou sozinho, faça uma pergunta a essa pessoa para trazê-la para o grupo. Conforme você pratica suas habilidades, você desenvolverá confiança em suas próprias habilidades;
  • Avalie suas habilidades. Se você tem crenças antigas sobre sua incompetência em situações sociais e de desempenho, faça uma avaliação realista de suas habilidades. Escreva suas realizações e em que você é bom, e compare isso com sua autoavaliação;
  • Dê micropassos. Não se concentre em fazer as coisas perfeitamente, mas sim, faça as coisas razoavelmente bem e recompense-se por agir. Por exemplo, em uma conversa em grupo, dê uma opinião ou compartilhe uma história sobre você;
  • Questione seus pensamentos. Ao começar a avaliar suas habilidades e dar micropassos, questione se seus pensamentos são racionais. Faz sentido que você seja uma fraude, considerando tudo o que você sabe?;
  • Pare de comparar. Cada vez que você se compara a outras pessoas em uma situação social, encontrará alguma falha em si mesmo que alimenta a sensação de não ser bom o suficiente ou de não pertencer a ela. Em vez disso, durante as conversas, concentre-se em ouvir o que a outra pessoa está dizendo. Esteja genuinamente interessado em aprender mais;
  • Use a mídia social moderadamente. Sabemos que o uso excessivo das mídias sociais pode estar relacionado a sentimentos de inferioridade. Se você tentar retratar uma imagem nas redes sociais que não corresponda a quem você realmente é ou que seja impossível de alcançar, isso só vai piorar a sua sensação de ser uma fraude;
  • Pare de lutar contra seus sentimentos. Não lute contra os sentimentos de não pertencer. Em vez disso, tente se inclinar para eles e aceitá-los. Só quando você os reconhece é que pode começar a desvendar as crenças essenciais que o estão impedindo;
  • Recuse-se a deixar que isso o retenha. Não importa o quanto você sinta que não pertence, não deixe que isso o impeça de perseguir seus objetivos. Continue indo e se recuse a ser interrompido.
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Com essas boas práticas aplicadas pela pessoa é possível que ele consiga combater a “síndrome” do impostor e seus efeitos na sua vida. Para isso, o terapeuta preparado para utilizar a hipnose, pode potencializar seus cuidados e auxiliar melhor os seus pacientes, ajudando-os a lidar com os sintomas emocionais da “síndrome” e facilitar a aceitação do paciente da sua condição.

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